Tendo em vista o longo passado histórico em que a atuação feminina era exclusivamente direcionada à família e aos afazeres do lar, ver a quantidade de empreendimentos brasileiros chefiados por mulheres hoje no Brasil é um bom motivo para celebração. Dados levantados pelo Governo Federal mostram que 3 a cada 4 lares no Brasil são liderados por uma mulher, e 41% deste grupo de mulheres chefia o seu próprio negócio. De acordo com o Sebrae, já são 9,3 milhões de brasileiras gerindo empresas, representando 34% de todos os empresários do país.
Tal deslocamento da função social feminina é de extrema relevância para a sociedade como um todo, e desperta impacto positivo na realidade brasileira em diversas instâncias. Entenda melhor qual é a importância do empreendedorismo feminino e fortaleça seus motivos para prestigiar negócios liderados por mulheres:
BENEFÍCIO PARA A ECONOMIA DO PAÍS
Um indiscutível benefício ocasionado pelo empreendedorismo feminino é o fomento à economia nacional. Aqui no Brasil, foi a partir de 1980 que as mulheres se fortaleceram profissionalmente por meio dos movimentos sindicais, e somente em 1988 a população feminina foi contemplada com situação de igualdade jurídica em relação à população masculina, admitindo por vias legais a igual capacidade entre gêneros enquanto sujeitos sociais ativos. São conquistas muito recentes mas que, em pouco tempo, já permitiram notável ascensão das mulheres no mundo dos negócios e comprovaram o impacto positivo da participação feminina na economia.
Levantamentos realizados pelo Global Entrepreneurship Monitor revelaram que, no ano de 2016, 51,5% dos novos empreendimentos do Brasil foram encabeçados por mulheres, e 48% dos microempreendedores individuais (MEI) do país são do sexo feminino (dados do Sebrae), além de explorarem setores comerciais que concentram alta demanda e são pouco escolhidos pelos empreendedores masculinos, como o ramo de estética e beleza e o setor varejista de vestuário.
Alimentar setores pouco explorados é uma excelente maneira de gerar empregos e melhorar a condição financeira da população, estimulando o consumo e fazendo a roda da economia girar. Além disso, a mulher empreendedora que ascende financeiramente reinveste em sua família e, desta forma, impulsiona o avanço de toda a sociedade.
MUDANÇA DO PAPEL SOCIAL FEMININO
Seria muito limitado pensar no empreendedorismo feminino somente como ramo de negócios idealizados e gerenciados por mulheres. Na prática, o empreendedorismo de mulheres diz respeito à contestação de aspectos patriarcais ainda vigentes na sociedade, viabilizando o desempenho da liderança feminina e aumentando a visibilidade das mulheres enquanto sujeitos ativos em todas as esferas sociais – inclusive, na econômica. É uma maneira de enfrentar o empreendedorismo tradicional, onde os grandes polos econômicos ainda são liderados por homens, propondo uma nova perspectiva que traz protagonismo e satisfação tanto pessoal quanto profissional às camadas sociais que historicamente ocuparam espaços de subordinação.
É de imensa importância que as mulheres ocupem espaços sociais que alimentam a afirmação e a independência feminina. Mulheres que gerenciam seus próprios negócios possuem seu próprio dinheiro, o que gera autonomia e cria possibilidades de rompimento com ciclos de violência, muitas vezes vindos da esfera familiar. Quanto mais mulheres ocupando espaços de liderança, maior o incentivo para que outras mulheres também se tornem protagonistas.
DESAFIOS ENFRENTADOS POR MULHERES EMPREENDEDORAS
Apesar de crescente, o empreendedorismo liderado por mulheres ainda enfrenta barreiras relacionadas a gênero que dificultam o pleno sucesso do negócio. Enfrentar dupla jornada, conciliando empresa e afazeres domésticos, é uma das grandes dificuldades enfrentadas pelas mulheres. Dados levantados pelo Sebrae e pelo IBGE mostram que, apesar de mais jovens e mais escolarizadas do que os homens, as empreendedoras ainda recebem 22% a menos do que os empresários equivalentes, forçando-as a desenvolver maiores e mais elaboradas jornadas de trabalho.
Existe ainda um outro grande fator limitador relacionado às linhas de crédito: atualmente, mulheres empreendedoras ainda têm acesso a empréstimos de aproximadamente R$ 13 mil a menos do que a média liberada para homens da mesma categoria, o que restringe significativamente as possibilidades de expansão e inovação dos negócios liderados por mulheres. E, mesmo com índices de inadimplência mais baixos, as taxas de juros estabelecidas para mulheres são cerca de 3,5% mais altas do que as aplicadas ao sexo masculino.
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