Com o progressivo avanço tecnológico da última década e especialmente com as novas demandas preventivas despertadas pela pandemia de Covid-19, o modelo híbrido de trabalho saiu da posição de tendência e foi massivamente incorporado por diversos setores do mercado de trabalho brasileiro e mundial. Com parte da jornada realizada na sede da empresa e parte desempenhada em home office, a ideia é oferecer autonomia ao profissional para que desempenhe suas atividades nas circunstâncias espaciais que mais lhe forem convenientes neste momento de tantas adaptações. A modalidade híbrida transforma a dinâmica tradicional de trabalho e vem surpreendendo com os impactos positivos percebidos tanto na aceitação das equipes quanto no rendimento da empresa.
Mesmo para negócios que já mesclavam a dinâmica presencial com o home office no passado, a pandemia convidou a elaborar o modelo híbrido de uma maneira mais estratégica. Entram em foco reflexões sobre como estimular a produtividade tanto em casa quanto no escritório, como equilibrar trabalho e vida pessoal com a rotina laboral sendo instalada dentro do lar, como manter o entrosamento entre a equipe no desenvolvimento de projetos com redução da convivência presencial… Com potencialidades e desafios, o modelo híbrido de trabalho deve certamente ser percebido pelos gestores como uma nova dinâmica em ascensão.
MODELO HÍBRIDO E LEGISLAÇÃO
Até o presente momento, a CLT brasileira não contempla o modelo híbrido de trabalho. Mesmo com a Reforma Trabalhista de 2017 que regulamentou o teletrabalho, ou com a MP 927 que regulamentou temporariamente o trabalho em home office, a modalidade híbrida ainda segue à margem da legislação trabalhista e o acordo deve ser muito bem estabelecido entre patrão e colaborador para que eventuais ocorrências não prejudiquem nem ao contratante nem ao contratado.
Ao incorporar o modelo híbrido de trabalho, a empresa deve fazer um aditivo de contrato home office que complemente o contrato padrão para que ambas as partes sejam resguardadas. Este aditivo serve para esclarecer as regras e parâmetros que serão empregadas na nova dinâmica e explicitar que contratante e contratado se encontram cientes e de acordo com as novas condições.
No documento aditivo, devem ser contemplados todos os aspectos que asseguram uma dinâmica de trabalho justa dentro dos novos moldes. Definição da rotina diária em home office, soluções alternativas de controle da jornada em dinâmica remota (para que tanto o cumprimento do expediente quanto o direito a horas extras sejam devidamente respeitados), esclarecimentos quanto à responsabilidade sobre os equipamentos de trabalho usados em contexto doméstico… Estes são alguns pontos que precisam estar bem delineados para evitar brechas que venham a desencadear problemas trabalhistas no futuro.
COLABORADORES E O MODELO HÍBRIDO
> Segurança: No contexto atual, talvez a grande vantagem do modelo híbrido para os colaboradores seja a preservação da saúde. As chances de contágio caem drasticamente quando há um número reduzido de funcionários no escritório em cada dia da semana, e os que permanecem em casa ainda minimizam a exposição ao vírus nas ruas, transportes e ambientes públicos.
> Otimização do tempo: O expediente de trabalho presencial começa bem antes de bater o ponto na entrada no escritório, quando o trabalhador sai de casa e enfrenta longos períodos de deslocamento até chegar na empresa (especialmente nas grandes cidades). A possibilidade de trabalhar de casa elimina o tempo gasto em engarrafamentos e reduz o estresse proveniente do trânsito, permitindo que o colaborador inicie sua jornada diária mais calmo, focado e produtivo.
> Qualidade de vida: Quando o tempo de deslocamento não precisa mais ser embutido na organização da rotina de trabalho, esse tempo é devolvido para o espaço pessoal do colaborador. Acordar com menos pressa, destinar um período ao café da manhã ou alguns minutos para a prática de atividades relaxantes antes de entrar em expediente são possibilidades que elevam o bem-estar e a capacidade criativa. Com o corpo descansado e a mente em equilíbrio, qualquer atividade flui com mais facilidade.
> Autonomia e valorização: A satisfação de trabalhar em uma empresa que incentiva a autonomia e permite uma rotina mais saudável à equipe estimula os colaboradores a valorizarem suas vagas e se sentirem mais realizados no desempenho de suas atividades profissionais. Uma equipe motivada e confiante eleva os níveis de comprometimento e colhe resultados cada vez melhores.
EMPRESA E O MODELO HÍBRIDO
> Cultura Colaborativa: Incentivar a autonomia da equipe é investir na horizontalização da hierarquia e na descentralização das tomadas de decisão. A cultura colaborativa permite que a autoridade se dissipe entre um maior número de pessoas que, com seus diferentes repertórios, unem forças para decisões mais criativas e multidisciplinares. O fomento ao trabalho em equipe estimula o potencial de cada um e eleva a empresa a um novo patamar de inovação.
> Otimização de processos: A mescla entre a dinâmica online e offline é certamente desafiadora, na difícil missão de manter o entrosamento, o cumprimento de prazos e o padrão de qualidade. Quando a empresa encontra mecanismos de fluidez para esta nova dinâmica, todo o processo é otimizado e executado com mais consciência e menos resistência à adaptação. A produtividade aumenta, o retrabalho diminui e a qualidade do serviço sobe gradativamente.
> Atrasos: A redução do tempo de deslocamento beneficia os colaboradores, mas também é vantajosa para os empregadores. Sem longos períodos de trânsito, a incidência de atrasos na equipe cai drasticamente. O modelo híbrido ainda permite que a dinâmica home office seja monitorada por ferramentas digitais, e que a dinâmica presencial seja realocada para horários alternativos. Desta forma, muito tempo útil deixa de ser desperdiçado.
> Mais dinheiro em caixa: O modelo híbrido permite estabelecer rodízios entre dias em que ninguém vai ao escritório, em que todos vão ao escritório ou que parcelas da equipe vão alternadamente ao escritório. Este revezamento de dinâmicas reduz gastos com luz, internet, vale-transporte, vale-combustível, entre outras despesas intrínsecas ao trabalho presencial. O dinheiro poupado das despesas operacionais pode ser reinvestido na equipe, no espaço ou em projetos de crescimento.
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